Marcha em protesto pela Avenida Nove de Abril

08/07/2006 19:07

No dia seguinte ao incêndio na favela Vila dos Pescadores, (ocorrido na tarde de 6 de julho de 2006), os moradores do núcleo promoveram uma marcha em protesto pela Avenida Nove de Abril, até a Prefeitura. O texto a seguir é do editor de Novo Milênio, que acompanhou os fatos, junto com os repórteres fotográficos Carlos Moura e Aderbau Gama, do Departamento de Imprensa da Prefeitura Municipal de Cubatão:
 


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Fotos: Carlos Moura/Depto. de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, 7/7/2006

Cidade

Vila dos Pescadores: comissão de moradores e vereadores se reúne com o prefeito
Encontro será na segunda-feira (10) às 11 horas, na Prefeitura

Para tratar das formas de atendimento às reivindicações dos moradores da Vila dos Pescadores, uma comissão de moradores, vereadores e funcionários municipais se reúne com o prefeito Clermont Castor na próxima segunda-feira (10/7) às 11 horas, na Prefeitura. A decisão ocorreu na seqüência de uma passeata realizada pelos moradores daquele núcleo pela Avenida Nove de Abril, na tarde desta sexta-feira, até o Bloco Cultural do Paço Municipal, onde se reuniram com representantes do Executivo e do Legislativo, para exporem as suas reivindicações.

A comissão é formada por Cíntia Neli da Silva Inácia, Ragner Santos da Silva, Adalberto de Araújo Costa, William Ferreira da Silva, Jorge Luiz Bezerra e Sérgio Alexandre Romão da Silva, signatários de documento conjunto assinado às 18 horas desta sexta-feira, que inclui o Plano Emergencial de Segurança Vila dos Pescadores e a garantia do retorno ao núcleo da ambulância de plantão, que havia sido retirada por falta de garantias mínimas de segurança ao trabalho dos funcionários.

Também foi garantida a moradia para todas as 36 famílias (118 pessoas, inclusive 63 adultos) desabrigadas em conseqüência do incêndio. A família residente no imóvel onde começou o incêndio, cuja mãe estava sendo ameaçada de linchamento pelos moradores, foi abrigada em local seguro, segundo a secretária do Serviço Social, Solange das Graças Lima. E, segundo o secretário de Obras e Serviços Públicos, Raul Borin Jr., a eletricidade foi religada em todas as áreas possíveis, não sendo refeitas as ligações clandestinas por sobrecarregarem a rede elétrica, expondo os moradores ao perigo de incêndios decorrentes dessas instalações.

Sobre as verbas do Banco Mundial, foi explicado aos moradores que os recursos que estão sendo liberados se destinam ao preparo do projeto de urbanização da Vila dos Pescadores, e trata-se de um financiamento a ser pago pelo Município. Somente com a conclusão do projeto e sua aprovação pelo Banco Mundial é que os recursos para as obras em si serão liberados, permitindo a realização de licitações para a construção das residências que beneficiarão todos os mais de 10.500 moradores naquele núcleo.

Em Brasília, onde se encontra desde a manhã de quinta-feira, coincidentemente tratando das questões relativas à urbanização da Vila dos Pescadores, o prefeito Clermont Castor lembrou que a situação daquele núcleo é uma de suas principais preocupações desde os anos 80, quando, como vereador, participou da comissão formada para tratar na capital federal das questões daquela vila;depois, como prefeito, tem agido para melhorar as condições no bairro, com a construção da Unidade Básica de Saúde (UBS), e com a criação do Programa Guará Vermelho, que beneficiará todas as regiões carentes da Cidade, mas começou pela Vila dos Pescadores. "A tragédia desta quinta-feira apenas confirma a necessidade e a importância deste projeto", completou o prefeito.

Reivindicações – Com os ânimos exaltados, principalmente após um confronto com a força policial nas imediações do Parque Anilinas, os moradores se reuniram no Paço Municipal, a partir das 15h50, realizando um ato simbólico em lembrança do menino morto no incêndio, e em seguida apresentaram no Bloco Cultural as suas reivindicações, lidas por Cíntia Neli da Silva Inácia, representante da comissão de moradores: 1) treinamento e material para combate a incêndios; 2) instalação imediata de rede de hidrantes; 3) aceleração do processo de urbanização Guará-Vermelho; 4) material de construção para refazer as moradias queimadas; 5) retorno do plantão de ambulância 24 horas; 6) regularização das instalações elétricas existentes.

Os técnicos e secretários municipais informaram que, em reunião na manhã da sexta-feira, já tinham montado um plano emergencial de segurança, por determinação do prefeito, e que este já contempla as reivindicações dos moradores:

No plano anunciado por Adalberto Ferreira da Silva, funcionário ligado ao Projeto Guará Vermelho, constam como ações imediatas: não permitir ocupação da área sinistrada; assumir responsabilidade provisória para acomodação das famílias envolvidas no evento, seja em abrigos ou casas de parentes, seja na disponibilização e/ou locação de imóveis.

Em seguida, como ações emergenciais, a serem executadas em conjunto pela comunidade, bombeiros, Sabesp, CPFL e Promotoria do Meio-Ambiente: conscientização, treinamento e participação nas brigadas e colaboração na vigilância e prevenção; mapa de risco, localização de equipamentos de combate, treinamento de brigada, localização de hidrantes secos e/ou reservatórios especiais, plano de fuga, treinamento da população para situações graves de risco; garantia de abastecimento dos reservatórios e hidrantes; prontidão para desligamento de rede e programa de eliminação de "rabichos"; aval para ação emergencial de segurança.

Como ações da Prefeitura: instalação de hidrantes secos (isto é, com água somente nos momentos de emergência, pois em outras situações aconteceu de a água dos hidrantes ser desviada por moradores, tirando a pressão necessária para as mangueiras dos bombeiros) e/ou construção de caixas de água, fornecimento de equipamentos para combate a incêndios, estruturação das brigadas, vigilância contra invasões, continuidade de implantação da cerca ao redor do núcleo (para delimitá-lo, assumindo os moradores a responsabilidade de impedir a ocorrência de novas invasões).

As áreas de Promoção Social e Educação realizarão programa de conscientização e prevenção contra incêndios, de destinação de lixo (para que ele, por baixo das palafitas, não se torne o propagador de outros incêndios) e implantação de creches comunitárias.

A Secretaria do Meio-Ambiente desenvolverá um programa especial de coleta de resíduos; será estudada a possibilidade de construção de casas de bombas para uso de água do Rio Casqueiro em emergências; a Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec) se responsabilizará pela formatação da brigada, vigilância, treinamento e apoio da comunidade; e será criado um Conselho Emergencial de Segurança na Vila dos Pescadores.

Departamento de Imprensa  7/7/2006
Tel.: (13) 3362-6124/6462/6316/6317 -  Fax: (13) 3362-6123
20060707CPMpescadores.doc  – Zanza 2









Fotos: Carlos Moura/Depto. de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, 7/7/2006










Fotos: Aderbau Gama/Depto. de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, 7/7/2006

 

Fonte: https://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch099.htm

 


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